Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais
famosos e traduzidos escritoresbrasileiros de todos os tempos.
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos
como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são
criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos e Tenda dos Milagres. A obra literária de Jorge
Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão,
além de ter sido tema de escolas de
samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55
países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e
em fitas gravadas para cegos.
Amado foi superado, em número de
vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional
-, não há paralelo no Brasil. Em 1994viu sua obra ser
reconhecida com o Prêmio Camões.
Existem dúvidas sobre o exato
local de nascimento de Jorge Amado. Alguns biógrafos indicam que o seu
nascimento deu-se na Fazenda Auricídia, à época município de Ilhéus.
Mais tarde as terras da fazenda Auricídia ficaram no atual município de Itajuípe,
com a emancipação do distrito ilheense de Pirangi. Entretanto, é certo que
Jorge Amado foi registrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.
No ano seguinte ao de seu
nascimento, uma praga de varíola obriga
a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior
parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances.
Foi para o Rio de Janeiro, então capital da
república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de
Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Durante adécada de
1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte,
tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunistaorganizado.
Foi jornalista,
e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista,
como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e
injustiças sociais, o folclore, a política,
crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim
para a divulgação deste aspecto do mesmo. Suas obras são umas das mais
significativas da moderna ficção brasileira, com 49 livros, propondo uma
literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, foi eleito deputado
federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o
que lhe rendeu fortes pressões políticas. Como deputado, foi o autor da emenda
que garantiu a liberdade religiosa, viu o sofrimento dos que seguiam os cultos
vindos da bela África, no Ceará viu protestantes saqueados por fanáticos com
uma cruz à frente, então correu atrás de assinaturas até conseguir a aprovação
da sua emenda, e desde então a liberdade religiosa tornou-se lei. Também foi
autor da emenda que garantia direitos autorais. Por outro lado votou com o
(PCB) a favor da emenda nº 3.165, do deputado carioca Miguel Couto Filho,
emenda que proibia a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade
e de qualquer procedência. [1] Foi
casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu
na Academia Brasileira de Letras. Teve três
filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália.
Viveu exilado na Argentina e
no Uruguai (1941
a 1942), em Paris (1948
a 1950) e em Praga (1951
a 1952). Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos
seus livros. Nadécada de 1990, porém, viveu forte tensão e
expectativa de um grande baque nas economias pessoais, com a falência do Banco
Econômico, onde tinha suas economias. Não chegou porém a perder suas
economias, já que o banco acabou socorrido pelo Proer, controvertido
programa governamental de auxílio a instituições financeiras em dificuldades. O
drama pessoal de Jorge Amado chegou a ser utilizado pelo lobby que
defendia a intervenção no banco, para garantir os ativos dos seus correntistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário